sábado, 30 de setembro de 2017

🎬 Cinema de Julho, Agosto e Setembro

T2 Trainspotting (2017) de Danny Boyle   ★★★★☆
Louie S04 (2014) de Louis C.K.   ★★★★★
High Hopes (1988) de Mike Leigh   ★★★★☆
Roadgames (1981) de Richard Franklin   ★★★☆☆
Louie S05 (2015) de Louis C.K.   ★★★★★
La Piscine (1969) de Jacques Deray   ★★★☆☆
Plein Soleil (1960) de René Clément   ★★★★☆
What the Health (2017) de Kip Andersen, Keegan Kuhn   ★★★★★
Long Weekend (1978) de Colin Eggleston   ★★★☆☆
Gifted (2017) de Marc Webb   ★★★★★
Harry Brown (2009) de Daniel Barber   ★★★★★
Shot Caller (2017) de Ric Roman Waugh   ★★★★☆
Viskningar och rop (1972) de Ingmar Bergman   ★★★★★  
The Little Girl Who Lives Down the Lane (1976) de Nicolas Gessner   ★★★★☆
Valhalla Rising (2009) de Nicolas Winding Refn   ★★★☆☆
Louis C.K. 2017 (2017) de Louis C.K.   ★★★★☆
Posse (1975) de Kirk Douglas   ★★★☆☆
Okja (2017) de Joon-ho Bong   ★★★★☆
Fargo S03 (2017) de Noah Hawley   ★★★★★
Made in Britain (1982) de Alan Clarke   ★★★☆☆
Mississippi Burning (1988) de Alan Parker   ★★★★★
Ascenseur pour l'échafaud (1958) de Louis Malle   ★★★★★
Mysterious Skin (2004) de Gregg Araki   ★★★★☆
The Hero (2017) de Brett Haley   ★★★★☆
Profondo Rosso (1975) de Dario Argento   ★★★★☆
Curtains (1983) de Richard Ciupka   ★★★☆☆
Lowriders (2016) de Ricardo de Montreuil   ★★★☆☆
Truck Turner (1974) de Jonathan Kaplan   ★★★★☆
The Last House on the Left (1972) de Wes Craven   ★★★☆☆

🔥 Petyr - "Satori III" (2017)

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Heavy Birthday Wino!

Electric Wizard - "See You In Hell" (2017)

Radio Moscow - "Driftin" (2017)

Kadavar - "Tribulation Nation" (2017)

Review: ⚡ Radio Moscow - 'New Beginnings' (2017) ⚡

Radio Moscow é hoje uma das bandas que mais me fascina e euforiza, e, portanto, foi com desmesurado e desgovernado entusiasmo que respondera ao anúncio da produção de um novo álbum com o seu lançamento oficial agendado para o dia de hoje via Century Media Records nos formatos físicos de CD e vinil. Motivado por tudo isso, ‘New Beginnings’ representara – muito possivelmente – o disco por mim mais aguardado de 2017 e as expectativas a ele dedicadas não poderiam ser maiores. Hoje tive a enorme satisfação de o ouvir na íntegra e devo antecipar que aos olhos dos meus ouvidos se trata do melhor álbum do ano (pelo menos dos já lançados até ao momento). A sua sonoridade imensamente elegante, ardente e excitante – fundamentada numa admirável correspondência entre a tecnicidade, entusiasmo e inspiração – presenteia-nos com o lado mais apaixonante, requintado e inflamante do Heavy Psych N’ Blues de cariz setentista. Este talentoso, carismático e revivalista power-trio natural da Meca psicadélica de San Diego (Califórnia, EUA) – detentor de inesgotáveis potencialidades – atinge neste novo álbum o zénite da sua carreira musical. Comunguem o cálido e doce trago de ‘New Beginnings’ e sintam-se implodir numa perfeita comoção de exaltação e prazer à alucinante boleia de uma guitarra primorosa que numa fúria superiormente controlada se ostenta em portentosos, atraentes e majestosos riffs e se enlouquece em excêntricos, desvairados e borbulhantes solos capazes de combater a nossa sanidade mental, um baixo potente, dominador e consistente de linhas hipnóticas, robustas, torneadas e dançantes, uma bateria verdadeiramente incitante, dinâmica e inventiva – sublimemente conduzida a perícia e emoção – que se perde e encontra num labiríntico novelo de deslumbrantes e eróticas acrobacias, e uma voz harmoniosa, rouca e vigorosa que esporeia e inflama o restante instrumental. ‘New Beginnings’ é um álbum magistral que nos atesta de adrenalina e entrega a um frenético estádio de ebulição. Regozijem-se n’Ele.

Este próximo fim de semana (30 de Setembro e 1 de Outubro) o aclamado tridente californiano – na agradável companhia dos finlandeses Kaleidobolt – estará de visita a Portugal para duas datas distribuídas entre as cidades do Porto (Hard Club) e Lisboa (RCA Club). Mal posso esperar para experienciar pela primeira vez ao vivo uma das grandes e singulares bandas da minha vida.

Blues Pills - "Elements And Things" (2017)

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Wucan - "The Rat Catcher" (2017)

Radio Moscow (Live)

➤ More Fuzz

Agusa - 'Agusa' (27-10-2017) via The Laser's Edge

Review: ⚡ Mother Engine - 'Hangar' (2017) ⚡

O entusiástico tridente germânico Mother Engine acaba de lançar o seu novo e terceiro álbum batizado de ‘Hangar’ sob a forma física de CD e vinil pela mão do prolífico selo discográfico romano Heavy Psych Sounds. Baseado e equilibrado num fascinante, sublime e requintado Psych Rock de orientação jazzística e num envolvente, místico e contemplativo Krautrock de essência estelar, este ‘Hangar’ tem a capacidade de nos hipnotizar, prender e encantar ao longo dos 77 minutos de duração repartidos pelos quatro temas que o habitam. Esta admirável, sedutora e arrebatadora digressão espacial que nos iça a consciência de encontro aos mais secretos e longínquos domínios do Cosmos instaura em nós uma etérea e sagrada sensação de tranquilidade que nos ornamenta a alma do primeiro ao derradeiro tema. Admito que este se trata do meu álbum favorito de Mother Engine e que motivara em mim uma das mais duradouras e extasiantes narcoses promovidas pela música. Deixem-se dissolver e embalsamar neste ascético torpor superiormente concebido e desenvolvido por uma deslumbrante guitarra – verdadeiramente incansável no seu processo criativo – que nos adorna e catalisa com os seus riffs extraordinariamente dançantes, requintados e apaixonantes e euforiza com os seus solos tremendamente delirantes, caóticos e empolgantes, um baixo pulsante de linhas turbulentas, vigorosas e magnetizantes, e uma bateria imensamente magnetizante, dinâmica e provocante que tão bem conjuga a sensibilidade, primor e delicadeza do toque com a ressonante, redentora e colérica explosividade. Este é um álbum de natureza lasciva que nos amortalha, cativa e enfeitiça sem qualquer moderação. Inalem toda esta psicotrópica nebulosidade exalada pelas estrelas e sintam-se desabrochar e transcender numa ataráxica consagração espiritual que vos canalizará de encontro ao tão cobiçado paraíso da alma. Entrem, estacionem e relaxem neste ‘Hangar’ e desfrutem de um dos álbuns mais nirvânicos de 2017.

De destacar – ainda – que Mother Engine encontra-se neste preciso momento em digressão europeia e que a mesma passará por Portugal no início do próximo mês de Outubro (com três datas nas cidades de Porto, Santarém e Figueira da Foz). Aproveitem, pois são uma das bandas mais recomendáveis ao vivo.

Jus Oborn ✠ Electric Wizard

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Courtney Barnett & Kurt Vile - "Continental Breakfast" (2017)

Review: ⚡ The Miracle Mongers - 'Dumb Monsters' (2017) ⚡

Da exótica Califórnia (EUA) chega-nos ‘Dumb Monsters’, o álbum de estreia do novo projecto liderado pelo carismático baterista Ruben Romano (Fu Manchu Nebula) chamado The Miracle Mongers. Apesar do seu lançamento em formato físico de CD estar agendado apenas para o próximo dia 1 de Outubro, o álbum está já disponível para escuta integral no Bandcamp oficial da banda. Este power-trio californiano cria e desenvolve um elegante, poderoso e revigorante Heavy Rock de tração setentista – obscurecido, robustecido e oleado por um Doom Sabbath’eano – que nos atiça, empolga e sacode ao longo dos 30 minutos repartidos pelos sete temas que habitam este provocante ‘Dumb Monsters’. A sua sonoridade chamejante, corpulenta e intrigante agiganta-se numa exuberante, majestosa e ressonante avalanche conduzida pesada e lentamente ao longo de todo o disco. Deliciem-se ao enigmático som de uma guitarra liderante que se manifesta em luxuosos, altivos e influentes riffs e se enlouquece em excitantes, labirínticos e alucinantes solos, uma voz diabrina, áspera e refinada que se hasteia e enfatiza ao longo de todo o álbum, um baixo reverberante de linhas robustas, sólidas e sísmicas, e uma bateria ardente, vigorosa e pungente de ritmicidade galopante, explosiva e atraente que diligencia com firmeza e emoção toda esta tirânica cavalgada. De salientar ainda a presença de duas sublimes, mélicas e encantadoras baladas que superiormente finalizam este precioso ‘Dumb Monsters’, provocando em nós uma completa e enternecedora sensação de bem-estar que nos adorna e anestesia tão para lá do seu desfecho. Este é um álbum de contornos faraónicos que peca unicamente pela sua curta duração. Espero sincera e ansiosamente que este registo represente apenas o primeiro capitulo de uma longa e abonada epopeia capitaneada por The Miracle Mongers.

Links:
Bandcamp

🌕 Electric Moon - "Hypnotika" (Live, 2014)

Libido Fuzz - "Sparks" (Live Session)

💥 Earthless - "Violence of the Red Sea" @ EarthQuaker Session

Mike Scheidt - Yob

domingo, 24 de setembro de 2017

Black Sabbath - ‘Sabotage’ Tour '76

© Chris Panatier

www

Uncle Acid - "Get On Home" (2013)

Review: ⚡ Fungal Abyss - 'Bardo Abgrund Temple' (2011/2017) ⚡

A editora discográfica alemã Adansonia Records acaba de recuperar um dos mais apaixonantes, delirantes e carismáticos registos do lado mais lisérgico do Heavy Psych e presenteá-lo – pela primeira vez – com o lançamento físico em CD e vinil. Estreado e promovido no já distante ano de 2011 pela mão da editora Translinguistic Other no formato físico de cassete, este primeiro álbum ‘Bardo Abgrund Temple’ da formação sediada em Seattle (Washington, EUA) Fungal Abyss é hoje um registo de culto que continua a seduzir e conquistar um crescente número de seguidores. Baseado numa nebulosa, profunda, densa e envolvente odisseia alucinógena de onde se distingue um temulento, febril e encantado Heavy Psych de essência e ambiência estelar que nos embala, abranda e adormece numa deslumbrante, pesada e extasiante hipnose ao longo dos quase 70 minutos que colonizam este fascinante álbum de estreia, ‘Bardo Abgrund Temple’ tem a capacidade de nos desprender a consciência pelos edénicos céus da leviandade. A sua sonoridade atraente, obscura e psicotrópica tem o dom de nos absorver numa intensa narcose que nos enlameia e hiberna a alma. Recostem-se confortavelmente, respirem profundamente, cerrem as pálpebras e comunguem toda esta morfínica etnicidade ao visceral som de duas guitarras xamânicas que se manifestam em fascinantes, exuberantes e desvairados solos que uivam e ecoam por toda a infinidade do nosso Cosmos interior, um baixo sonolento de linhas oscilantes, pesadas e letárgicas que mareia todo este viscoso pântano de leviandade, uma bateria diligente de hipnótica e constante orientação rítmica que confere alguma vivacidade a todo este torpor, e ainda um sintetizador celestial que abraça e climatiza toda a alienígena atmosfera de ‘Bardo Abgrund Temple’ com a sua etérea exalação. Este é um álbum de propriedades terapêuticas que nos amortalha num sagrado misticismo. Um disco que faz germinar no fértil solo da nossa alma suculentos cogumelos mágicos e nos escancara as portas da percepção para um dos mais arrebatadores mergulhos conscienciais de sempre. Deixem-se inebriar pelas nirvânicas e magnéticas jams de Fungal Abyss e vivenciem um dos registos mais enteogénicos do género.

🏜 Coachella Valley

Nick Carlson

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

The Great Machine - Live into the Limbo (2017)

Review: ⚡ Ayermaniana - 'Flores Negras' (2017) ⚡

Da capital argentina chega-nos a exótica e primorosa fragância sonora de ‘Flores Negras’, o segundo e novo álbum do quarteto Ayermaniana. Lançado no passado mês de Junho em formato digital através da sua página oficial de Bandcamp, este novo registo da formação enraizada na cidade de Buenos Aires passeia-se e envaidece-se pelos faustosos jardins do ensolarado, alegre, quente e refinado Psych Rock harmoniosamente entrelaçado num meloso, relaxante, encantador e sedoso Folk de natureza setentista que nos adorna, absorve e climatiza num sagrado, sublime e constante arrebatamento. A sua sonoridade imensamente afável, tranquila e agradável provoca no ouvinte uma edénica fascinação que o domina ao longo dos 38 minutos que povoam este caprichoso álbum. ‘Flores Negras’ é uma envolvente, prazerosa e sensacional passeata pelas zonas erógenas da nossa espiritualidade. Uma paradisíaca digressão aos virtuosos domínios do transe. Sintam-se ancorar num pleno estádio de bem-estar ao formoso e delicado som de uma guitarra garbosa que se enfatiza e regozija em doces, macios e aconchegantes acordes e vistosos, polidos e refinados solos que nos eriçam os pêlos dos braços, um baixo ondulante que mareia todo o disco com as suas linhas sombreadas, fibradas e dançantes, uma bateria do toque jazzístico de cativante orientação rítmica que – aliada a uma percussão tribalista – escolta e apimenta toda esta adorável excursão sonora, um elegante, brando e provocante saxofone de uivos exuberantes, melodiosos e serpenteante, e uma voz contida, calma e delicada que suavemente flutua pelos sete temas que integram este magnífico ‘Flores Negras’. Percam-se e encontrem-se por entre a inebriante toxicidade vaporizada pelo novo álbum de Ayermaniana e sintam-se transcender numa ataráxica ascensão de encontro à mais fértil satisfação.

🔥 Turn On, Tune In, Freak Out!

Roadburn Festival 2018

Artwork: Richey Beckett

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Kadavar | Austin Psych Fest 2014

© Cecilia Alejandra

Review: ⚡ Hotel Wrecking City Traders - 'Passage to Agartha' (2017) ⚡

Da carismática cidade australiana de Melbourne chega-nos ‘Passage to Agartha’ o quinto e novo álbum do poderoso power-duo Hotel Wrecking City Traders. Lançado oficialmente dia 2 de Setembro pela mão conjunta dos selos discográficos Cardinal Fuzz / Evil Hoodoo nos formatos físicos de CD e vinil (ambos com edições ultra-limitadas), neste novo disco da formação australiana prevalece um entusiástico, impetuoso e robusto Heavy Psych temperado pelo viajante, etéreo e fascinante Space Rock, pelo exótico, ressonante e caótico Noise Rock e ainda por uma veia experimental que o massaja e irriga do primeiro ao derradeiro tema. São cerca de 90 minutos corridos a alta rotação, numa estimulante, incrível e alucinante odisseia espacial canalizada através de um hipnótico, delirante e infindável vórtice. Uma vez absorvidos pela tântrica e psicotrópica essência de ‘Passage to Agartha’, a nossa lucidez é imediatamente varrida para fora das fronteiras corporais e a nossa alma tomada de assalto por uma intensa e libertadora euforia que nos cospe violentamente na vertiginosa direcção dos astros. É humanamente impossível dissimular toda esta intrigante e provocante avalanche sonora que nos devasta, desgasta e embebeda sem qualquer moderação. Na índole de toda esta enérgica e ofuscante resplandecência superiormente dominada por HWCT estão uma guitarra de aura mística – em constante estádio eruptivo – que desprende sombrios, furiosos, prepotentes e inflamantes riffs de feições Doom’escas, e uma bateria pujante, atlética e empolgante que compassa, esporeia e comove toda esta pesada, frenética e destemida cavalgada que desbrava todo o negro solo estelar. ‘Passage to Agartha’ é um disco que combina e harmoniza a doce lisergia e a viva emoção. Deixem-se empoeirar, dissolver e inebriar pela temulenta radiância deste novo capítulo retirado da fausta, deslumbrante e auspiciosa digressão galáctica de HWCT pelas entranhas do Cosmos soturno e adormecido, e vivenciem uma das mais duradouras, hipnóticas e prazerosas narcoses da vossa existência. Não é fácil despertar de ‘Passage to Agartha’ e recuperar a lucidez que o mesmo nos extorquira ao longo dos 90 minutos distribuídos pelos 6 temas. Um dos álbuns mais morfínicos do ano está aqui.

Pappo's Blues ‎– 'Triángulo' (1974)

 ➤ YouTube

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Jimmy Page | Led Zeppelin '77


Review: ⚡ Comacozer - 'Kalos Eidos Skopeo’ (2017) ⚡

Depois de ‘Deloun Sessions’ (review aqui) e ‘Astra Planeta’ (review aqui) os cosmonautas australianos Comacozer acabam de nos presentear com a projecção de ‘Kalos Eidos Skopeo’: o novo capítulo da mística, hipnótica e extasiante digressão à profunda intimidade de um Cosmos lisérgico, gélido e bocejante. Lançado no passado mês de Agosto nos formatos físicos de CD e vinil (ambos com edições limitadas) pela mão do selo discográfico holandês HeadSpin Records (reforçando –  desta forma – o vinculo entre a banda e a editora), este terceiro e novo álbum de Comacozer representa o prolongamento da odisseia estelar iniciada e desenvolvida nos álbuns anteriores. Fundamentado num etéreo, fascinante e lenitivo Psych Rock de mãos dadas com um contemplativo, sedativo e visceral Space Rock que paulatinamente se unificam, revigoram e agigantam num obscuro, intrigante e melancólico Psych Doom, este ‘Kalos Eidos Skope’ canaliza-nos para uma imperturbável e carregada hipnose que nos espartilha, embacia e anestesia a lucidez do primeiro ao derradeiro tema. A sua sonoridade ataráxica – de propriedades extremamente psicotrópicas – sepulta-nos num pleno e prazeroso estádio de quietude e placidez. Sintam-se despir de todas as amarras gravitacionais e transcender aos nirvânicos céus de ‘Kalos Eidos Skope’ à encantadora boleia sonora de uma guitarra mântrica detidamente entregue a riffs lúgubres, lascivos, febris e obscurantistas e a alucinantes, venenosos e estimulantes solos capazes de nos ofuscar, dilacerar e endoidecer, um baixo morfínico de linhas demoradas, densas e taciturnas que deambula pesadamente pelos quatro temas que compõem o álbum, uma bateria relaxante que tiquetaqueia delicada e vagarosamente toda esta sagrada caravana que se distende para o negrume estelar, e ainda um fantasioso sintetizador que sulfata toda a alma deste disco com uma brumosa magia alienígena. ‘Kalos Eidos Skope’ é um álbum verdadeiramente absorvente que nos arremessa para os lugares mais longínquos, secretos e glaciais da infinidade espacial. Deixem-se entorpecer por este poderoso narcótico e mergulhar num penetrante oceano de leviandade.

"Saturday Night Fever" - Leah Frances