quarta-feira, 31 de maio de 2017
terça-feira, 30 de maio de 2017
Review: ⚡ Cobra Family Picnic - 'Magnetic Anomaly' (2017) ⚡
Cobra
Family Picnic acaba de lançar o seu álbum de estreia ‘Magnetic
Anomaly’ nos formatos físicos de vinil, CD e cassete pelas mãos da Cardinal Fuzz (distribuição em solo
europeu) e da Sky Lantern Records
(distribuição em solo norte-americano). Esta banda natural da cidade-deserto de
Tucson (no Arizona, EUA) pratica e desenvolve
um psicotrópico, envolvente e hipnótico Krautrock
que iça a nossa consciência na direcção dos astros. Contando ainda com
elementos do espalhafatoso Noise Rock,
o delirante Psych Rock e o
repetitivo Drone, a tântrica,
morfínica e fascinante sonoridade de ‘Magnetic Anomaly’ passeia-nos pela imensa
vastidão de um jardim estelar que se desdobra pela infinidade dentro. De olhar
petrificado, corpo adormecido e alma narcotizada somos amortalhados,
enfeitiçados e conduzidos pela profunda e nebulosa misticidade de Cobra Family Picnic. A sua ambiência tranquilizante,
contemplativa, embriagada e extasiante veleja a nossa alma encantada pelos
anestésicos, confortáveis e lisérgicos oceanos. ‘Magnetic Anomaly’ difunde
toda uma etérea, radiosa e deslumbrante ataraxia que nos mergulha na negridão
cósmica. Sintam-se plantar, germinar e florescer em solo espacial adubados por
uma guitarra messiânica que boceja arrebatadores, mirabolantes e alucinógenos solos,
um baixo serpenteante de linhas pulsantes, robustas, torneadas e dançantes, uma
bateria galopante de ritmicidade catártica e empolgante, uma voz brumosa,
ecoante e espectral, e ainda um arábico teclado de enigmáticos, formosos e
sidéricos bailados. ‘Magnetic Anomaly’ é um álbum governado por uma intensa hipnose
que nos aprisiona do primeiro ao último tema. Um disco saturado de um
misticismo imaculado que nos afaga, massaja e banha a espiritualidade num verdadeiro
oásis. Deixem-se adormecer na sedutora, deleitosa e morfínica alma de Cobra Family Picnic e vivenciem um dos
registos mais envolventes nascidos em 2017.
segunda-feira, 29 de maio de 2017
domingo, 28 de maio de 2017
Review: ⚡ Los Espiritus - 'Agua Ardiente' (2017) ⚡
Da cidade argentina de Buenos Aires chega-nos o afrodisíaco, exótico
e ensolarado psicadelismo da banda Los
Espiritus que acaba de apresentar o seu terceiro álbum chamado ‘Agua
Ardiente’. Lançado no passado
dia 1 de Maio em formato digital através do seu Bandcamp oficial, o novo registo deste fascinante sexteto prende um
dançante, cálido e envolvente Psych Rock
de uma sublimidade desmesuradamente contagiante que em erótica consonância com
um elegante, voluptuoso e serpenteante Blues
nos bronzeia, encanta e namora do primeiro ao derradeiro tema. Esta formosa e
fogosa dança entre o Psych e o Blues é governada por uma mística e deslumbrante
veia Western’eana que nos convida a sobrevoar
infinitos desertos de areias douradas, fervilhantes, ondulantes e aveludadas. São 43 minutos impregnados
de um intenso, hipnótico e edénico arrebatamento que nos abraça, afaga e aquece
a alma. A sua sonoridade imensamente charmosa, ardente e devocional assenta na
prazerosa harmonia entre as agradáveis guitarras de sedosos,
bailantes e requintados acordes e solos borbulhantes, ácidos e delirantes, a bateria detidamente
entregue a uma ritmicidade estimulante, a atraente percussão tribal, o baixo
deliciosamente groove’sco que se
envaidece demoradamente em linhas pulsantes, sólidas e sussurrantes, e os
vocais ternos, suaves e tranquilos que perfumam e aprimoram toda esta convidativa e
extasiante atmosfera latina. ‘Agua Ardiente’ é um álbum veraneio
que em nós instaura um radioso paraíso tropical. Recostem-se confortavelmente, cerrem
as pálpebras, suspirem pausadamente e inalem toda esta revitalizante e aromática
brisa sonora brilhantemente conduzida pelos Los Espiritus. É impossível não dançá-lo e venerá-lo. Um dos álbuns
mais atraentes, primorosos e relaxantes de 2017 está aqui, na resplandecente e abrasadora
alma de ‘Agua Ardiente’.
sexta-feira, 26 de maio de 2017
quinta-feira, 25 de maio de 2017
Review: ⚡ Elder - 'Reflections of a Floating World' (2017) ⚡
Conheci Elder no já longínquo ano de 2011 mas está ainda bem viva na minha
memória toda a assombração que se abatera em mim assim que absorvera a sua poderosa
sonoridade. O álbum de estreia ‘Elder’ e o posterior ‘Dead
Roots Stirring’ foram os registos mais rodados durante esse período da minha
vida e a admiração, petrificação e entusiasmo sentidos por eles crescia a cada
audição que lhes dedicava. Em 2015 lançavam ‘Lore’, um álbum norteado
por uma veia progressiva, melódica e
de composição mais rica que os anteriores, mas que ainda assim – confesso – não
me conquistara. Sou um apreciador incondicional da rudeza exalada nos primeiros
dois álbuns onde o Psych Doom é dono
e senhor de toda a ambiência sonora que os governa. Até que hoje – depois de ver
engordar toda a minha expectativa em relação ao nascimento do novo álbum desta
banda norte-americana – tive a enorme satisfação de comungar ‘Reflections
of a Floating World’ na íntegra e consequentemente saciar este
crescente desejo.
Com o seu lançamento oficial
agendado para o próximo dia 2 de Junho pelos selos discográficos Stickman Records (em solo europeu) e Armageddon (em solo americano) nos
formatos físicos de CD e vinil, este novo álbum prende um soberano, dinâmico, intenso
e vibrante Psych Doom conduzido por um
serpenteante, magnetizante e sedutor Prog
Rock e amenizado por um sublime, envolvente, hipnótico e encantador Psych Rock que se desenvolve, envaidece
e enfatiza em longas passagens etéreas, delirantes e contemplativas capazes de nos
submergir num profundo oceano de êxtase. E talvez sejam mesmo estas delongadas,
ataráxicas e deslumbrantes paisagens sonoras brilhantemente tricotadas pelo Psych Rock que me faz posicionar este ‘Reflections
of a Floating World’ num patamar mais elevado em relação ao seu
antecessor ‘Lore’. Este novo álbum representa também o acelerado amadurecimento
do seu novo rumo sonoro (posto em prática no álbum anterior) e o acréscimo de um
segundo guitarrista que vem consolidar a sonoridade deste agora quarteto natural
da cidade de Boston (Massachusetts, EUA). O extravagante e excepcional guitarrista Nick DiSalvo continua a demonstrar um admirável e hipnótico controle
da guitarra ao amuralhar majestosos, fascinantes e empolgantes riffs e
desprender toda uma histeria superiormente controlada na criação de alucinantes,
eróticos e inimagináveis solos que nos dilaceram a lucidez e revoltam numa enérgica e desgovernada comoção de adrenalina. A voz gritante, insípida e penetrante combina na
perfeição com o instrumental robusto e condimentado. O baixo fibrótico e
reverberante de linhas tonificantes, carregadas e pulsantes mareia com audível
influência toda esta opulenta e exuberante cavalgada. A bateria explosiva e
retumbante lapida e apimenta todos os momentos de ‘Reflections of a Floating World’
com a sua redentora e entusiasmante potência. Num plano secundário residem ainda
um adorável teclado de prazerosos e preclaros bailados e uma outra guitarra que
segura firmemente as rédeas dos acordes enquanto que a guitarra liderante de Nick agarra todo o protagonismo e se transcende numa vertiginosa e
delirante erupção. Este é um álbum detentor de uma distinta beleza que nos
prende a ele ao longo dos seus 63 minutos de duração. Mal posso esperar por
ver Elder subir ao palco do festival português SonicBlast Moledo no próximo mês de
Agosto e presenciar pela primeira vez uma das mais importantes e carismáticas bandas da minha
vida.
quarta-feira, 24 de maio de 2017
terça-feira, 23 de maio de 2017
segunda-feira, 22 de maio de 2017
Review: ⚡ Mythic Sunship - 'Land Between Rivers' (2017) ⚡
Depois de no passado ano de
2016 ter esbarrado com a deslumbrante sonoridade da banda dinamarquesa Mythic Sunship e consequentemente ter
referenciado, aplaudido e reverenciado o seu resplendoroso álbum ‘Ouroboros’
(review aqui), hoje tudo em mim
me obriga a reforçar a admiração sentida pela banda após ter digerido o seu novo álbum apelidado ‘Land Between Rivers’. Gravado numa cabana rústica localizada na
ilha dinamarquesa de Zealand e
lançado recentemente pela El Paraiso
Records – fortalecendo desta forma a ligação entre a editora discográfica e
a formação sediada em Copenhaga – nos
formatos físicos de CD e vinil, ‘Land Between Rivers’ encerra uma
desarmante, hipnótica e encantadora beleza que nos envolve, petrifica e arrebata
do primeiro ao último minuto. Fundamentada num agradável, relaxante e comovente
Psych Rock em constante diálogo com
um fascinante, anestésico e meditativo Krautrock
e perfumados por uma etérea, doce e sideral brisa jazzística que climatiza, condimenta e sobrevoa com distinta delicadeza
e elegância toda a atmosfera onírica de ‘Land Between Rivers’, a sua sonoridade
imensamente lenitiva, aromática e contemplativa provoca em nós um intenso e
profundo estádio de ataraxia que nos afaga a alma e massaja o cerebelo. São 35
minutos saturados de uma fulgente e incandescente beatitude que nos cega a
lucidez e conduz a consciência por terrenos nunca antes explorados. Gravitem na
direcção dos astros ao aliciante e magnetizante som de duas guitarras sumptuosas
que se aliam na edificação de adoráveis e provocantes acordes bronzeados de
misticidade e se perdem e encontram por entre solos verdadeiramente tocantes, sublimes
e alucinantes, um baixo sedativo e sonolento de danças robustas, pausadas e ondeantes,
e uma bateria acrobática que tiquetaqueia com destreza, leveza e sensibilidade toda
esta grandiosa, extasiante e luxuosa digressão pelos tântricos e sedosos mares da
espiritualidade. Entreguem-se a toda esta magnificência transpirada pelo ‘Land
Between Rivers’ e desaguem no sagrado e enlevado paraíso. Este é um
álbum soberbo que semeia e distende todo um tapete primaveril na alma de quem nele se
debruçar.
Links:
Facebook
El Paraiso Records
El Paraiso Records
domingo, 21 de maio de 2017
sábado, 20 de maio de 2017
sexta-feira, 19 de maio de 2017
Review: ⚡ Ball - 'Ball (2017) ⚡
Da Suécia chega-nos o recém-nascido álbum de estreia do vibrante e irreverente
power-trio Ball. Lançado hoje mesmo pela mão do selo discográfico inglês Horny Records nos formatos físicos de
CD e vinil e distribuído pela editora sueca Subliminal Sounds, este disco homónimo euforizara-me e
conquistara-me à primeira audição que lhe dedicara. Baseado num musculado,
intenso e torneado Hard Rock de ambiência
setentista e em erótica consonância
com um inflamante, ácido e lamacento Heavy
Psych e um grotesco, nocivo e intrigante Proto-Metal, este colérico, turbulento e arrebatador ‘Balls’
representa uma selvática e portentosa descarga sonora que nos arrasa a timidez,
desgasta a lucidez e atesta de uma desgovernada adrenalina. Enlameiem-se na
sonoridade desmesuradamente enérgica, revoltosa e excitante de ‘Balls’
à impressionante boleia das poderosas e indomesticáveis guitarras que – regadas
e embriagadas de efeito fuzz – se passeiam
e envaidecem em riffs cáusticos, impetuosos,
ásperos e horripilantes e se libertam desvairadamente em solos verdadeiramente estonteantes,
incisivos e berrantes, uma voz cavernosa, maníaca e depravada que confere uma aura libertina, luciférica e pervertida a este álbum, uma bateria abrasiva detidamente
entregue a um magnetizante, entusiástico e incessante galope, e ainda um baixo murmurante,
hipnótico e revigorante de linhas ondulantes, demarcadas e possantes que
sombreia e oprime toda esta sobrecarregada, imunda e brumosa cavalgada
esporeada pelo próprio Diabo. ‘Balls’ é um álbum conduzido sem
travões. Um disco saturado de uma obscura e tenebrosa radiância que nos embalsama
o olhar, prende a respiração e intimida do primeiro ao derradeiro tema. Deixem-se
seduzir pela enigmática e singular sordidez exalada de ‘Balls’ e respondam de
forma frenética a um dos álbuns mais incitantes e perturbadores de 2017.
quinta-feira, 18 de maio de 2017
Review: ⚡ Beastmaker - 'Inside the Skull' (2017) ⚡
Da cidade de Fresno (Califórnia, EUA)
chega-nos a radiância demoníaca exalada pelo novo e segundo álbum do power-trio Beastmaker. Com o lançamento oficial agendado para o dia de amanhã –
19 de Maio – nos formatos físicos de CD e vinil pela mão do carismático selo
discográfico londrino Rise Above Records,
este intenso e portentoso ‘Inside the Skull’ encerra um vigoroso,
inflamante e poderoso Doom Metal
dissolvido num hipnótico, cerimonioso e intrigante Occult Rock de feições setentistas
que nos sombreia e temoriza do primeiro ao último tema. A sua sonoridade
obscura, corrosiva, dominante e luciférica – resultada de uma incrível colisão
entre Black Sabbath e Alice In Chains – causa em nós um instigante,
penetrante e constante fascínio que nos respira, dilata as pupilas e amotina o
corpo completamente inebriado e subjugado pela inquisidora alma de ‘Inside
the Skull’. Enfrentem toda esta possante, enfurecida e tirânica
cavalgada nutrida por uma luxuosa e assombrosa guitarra de perversos,
tenebrosos e imponentes bailados que se agiganta em monolíticos, imperiosos e
majestosos riffs e se vangloria em alucinantes,
vertiginosos e extravagantes solos, um baixo potente, despótico e reverberante de
linhas corpulentas, sombrias e pulsantes que tonifica toda esta tensa e
endiabrada marcha, uma bateria explosiva, dinâmica retumbante que galopeia com autoridade,
expressividade e pujança, e ainda uns vocais diáfanos, cortantes e
narcotizantes – a fazer lembrar Ozzy
Osbourne – que lidera, tempera e terrifica toda a alma profana de ‘Inside
the Skull’. De salientar ainda a presença de samples vocais do inigualável actor Vincent Price (figura importante das fábulas de horror clássico dos 60’s e 70's) que emprestam um feitiço extra a todo este provocante ritual. Este
é um disco que nos enfeitiça com veemência e prontidão. Um álbum superiormente conduzido
por uma beleza herética e magnetizante que nos abraça, enluta a alma e
encaminha ao lado eclipsado da religiosidade. Entreguem a vossa alma aos místicos
desígnios de Beastmaker e
experienciem um dos registos mais soberanos de 2017.
quarta-feira, 17 de maio de 2017
terça-feira, 16 de maio de 2017
segunda-feira, 15 de maio de 2017
domingo, 14 de maio de 2017
Review: ⚡ Stone From The Sky - 'Fuck The Sun' (2017) ⚡
Depois de no verão de 2015
ter referenciado e elogiado o álbum de estreia do power-trio francês Stone
From The Sky (review aqui),
hoje sinto-me compelido a repetir o enaltecimento desta feita ao seu novo álbum
‘Fuck
The Sun’. Com o lançamento em formato de vinil pela mão do selo
discográfico alemão PsyKa Records
agendado apenas para o próximo dia 26 de Maio, a banda acabara de
disponibilizar para escuta e download
gratuito este novo registo em formato digital através do seu Bandcamp oficial. ‘Fuck The Sun’ segue a
receita sonora experimentada com sucesso no seu antecessor ‘NGC 1976’ e presenteia o
ouvinte com um ébrio, viajante, etéreo e delirante Heavy Psych de aura estelar bronzeado por um fervilhante, luminoso,
empolgante e cauterizante Desert Rock.
A sua sonoridade ardente, enérgica e envolvente distende-nos das mais douradas
e aveludadas areias de um deserto massajado, envelhecido e desgastado pelo Sol
vigilante aos mais recônditos, gélidos e solitários territórios de um Cosmos adormecido.
Deixem-se hipnotizar e dissolver nas místicas e eróticas danças de uma guitarra
deslumbrante que se ensoberbece em comoventes, soberanos, extasiantes e arrebatadores
riffs e se supera em solos
verdadeiramente alucinantes, fascinantes e sublimes. Balanceiem o vosso corpo
temulento ao pulsante e reverberante som de um baixo pausado, robusto e
torneado, e destravem as vossas cabeças na redentora, furiosa e emocionante
perseguição a uma bateria galopante, explosiva e entusiasmante que esporeia e bombardeia
toda esta admirável odisseia pelo faustoso universo de ‘Fuck The Sun’. Este é um
álbum de uma beleza imaculada que nos transcende a alma numa violenta e poderosa
erupção consciencial pela petrificante imensidão espacial. Sejam astronautas ao
longo dos 42 minutos que compõem este ‘Fuck The Sun’ e testemunhem todo o
encantamento de um dos mais belos discos lançados este ano.
sábado, 13 de maio de 2017
Review: ⚡ Soft Power - 'In A Brown Study' (2017) ⚡
Da capital finlandesa
chega-nos ‘In A Brown Study’, o extraordinário novo álbum da formação escandinava
Soft Power. Lançado no passado mês
de Março pelo selo discográfico local Huuru
Osasto Records no formato físico de vinil e baseado numa deliciosa, encantadora
e harmoniosa mistura sonora – de onde sobressaem um irresistível, extasiante e
primoroso Jazz, um hipnótico,
requintado e caloroso Prog Rock, um
fascinante, anestésico e melodioso Psych
Rock, e ainda um plácido, absorvente e contemplativo Folk – este elegante, sublime e magistral registo provocara em mim a
plena pacificação dos sentidos e um estádio de perpétua meditação que me abraçara
e embriagara do primeiro ao último tema. A sua sonoridade intensamente tântrica
convida-nos a inalar a sua deslumbrante, agradável e envolvente fragância e sobrevoar
esplendorosas extensões de verdejante planura a perder de vista. Há algo de
verdadeiramente mágico na refulgente e apaixonante alma de ‘In A Brown Study’ que
nos entorpece e imortaliza num permanente estado de inesgotável ataraxia. Vagueiem
os territórios inexplorados da vossa espiritualidade ao aromático sabor de duas
guitarras prodigiosas e magnificentes que nos massajam e adornam com os seus doces,
sedosos e adoráveis acordes e alucinam com os seus formosos, polidos e impressionantes
solos de natureza tribalista, um baixo magnetizante de respiração vigorosa, sombreada
e dançante, um saxofone uivante que se serpenteia e envaidece com destacado poder
de sedução, uma voz adoçada, quente e melodiosa, e uma bateria jazzística de distinta, soberba e
delicada orientação rítmica que tiquetaqueia com perícia, leveza e sublimidade
todo este radioso e excepcional paraíso musical. Embrenhem-se no intenso e profundo
misticismo de ‘In A Brown Study’ e sintam renovados surtos de alteridade
transcendental içar-vos de encontro ao tão almejado transe. Este é um álbum que me elevara ao mais alto miradouro da religiosidade.
Banhem-se neste oásis e deixem-se bronzear pela sua fuliginosa e dourada
resplandecência. Um dos mais arrebatadores discos de 2017 está aqui.
sexta-feira, 12 de maio de 2017
quinta-feira, 11 de maio de 2017
quarta-feira, 10 de maio de 2017
Review: ⚡ Doublestone - 'Devil's Own / Djævlens Egn' (2017) ⚡
Da grande e populosa cidade
de Copenhaga chega-nos o novo álbum
da banda Doublestone designado ‘Devil's
Own / Djævlens
Egn’ e oficialmente lançado no passado dia 8 de Maio sob a
forma física de CD e vinil pela mão do influente selo californiano Ripple Music. Este sublime power-trio dinamarquês desenvolve um corpulento,
intenso e requintado Hard Rock de carácter
setentista que se sombreia e agiganta
num despótico, tenebroso e enigmático Proto-Doom.
A sua sonoridade elegante, majestosa e intrigante provoca no ouvinte um
perpétuo fascínio que o governa do primeiro ao derradeiro tema. São 36 minutos
saturados de uma tirânica, luxuosa e instigante cavalgada que nos assola e
arrebata sem qualquer moderação. Recostem-se confortavelmente, dilatem as
pupilas e sintam prolongadas suspensões da respiração ao ritualístico som de
uma portentosa e soberana guitarra que se amuralha em imponentes, sumptuosos e
torneados riffs e se transcende em extasiantes,
hipnóticos e delirantes solos, um baixo dançante e reverberante de linhas envolventes,
carregadas e oscilantes, uma bateria galopante de acrobacias entusiásticas, habilidosas
e fulgurantes, e ainda uma voz gélida, incisiva e destemperada que se passeia,
envaidece e desmarca na exuberante, harmoniosa e encantadora atmosfera de ‘Devil's
Own / Djævlens
Egn’. Este é um álbum que me conquistara e enfeitiçara à
primeira audição. Um disco tremendamente influente que nos comanda do primeiro
ao último minuto. Deixem-se absorver pela poderosa e dominadora alma de Doublestone e vivenciem um dos mais
notáveis e atraentes álbuns nascidos em 2017.
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