sexta-feira, 6 de maio de 2011

Dead Meadow, Hard Club

De copo de cerveja na mão, cambaleei discretamente rumo ao Hard Club no Porto. Quando entrei nas imediações do mesmo, já os Spindrift remodelavam a sala 2, fazendo desta um autêntico Saloon. Com a sua sonoridade familiarizada com os ventos calorosos do velho Oeste Norte-Americano, foi-me fácil imaginar todas as paisagens que acompanhavam um solitário cowboy debaixo do sol, na sua jornada despreocupada ao longo do deserto. Levanto o polegar a estes senhores, pois gostei bastante da sua ambiência sonora. Tempo para envolver os meus pulmões num manto verde (interpretem como bem quiserem), e regressar ao interior do Hard Club para ver os tão esperados Dead Meadow. Ao primeiro toque nas cordas da guitarra, senti-me logo deambular pelas húmidas e pardacentas florestas tão características da sonoridade de Dead Meadow. Depois de um inicio um tanto inconsistente, os 3 eremitas recuperaram os velhos trilhos das suas infindáveis florestas, e brindaram os presentes com o seu som bem corpulento, voluptuoso, arrastado e ébrio. Uma vez pisada a floresta Dead Meadow, não mais consegui sair desta durante todo o concerto. Bem no seio desta Floresta decadente e entorpecida, senti-me levitar por caminhos que os riffs de Dead Meadow iam desobstruindo. Foi uma autêntica caminhada pelos mapas da fantasia e devaneio. Quando a guitarra, baixo e bateria se calaram, ainda permanecia de cabisbaixo e olhos cerrados. Num esforço, abri as pálpebras e denotei que só a minha cabeça havia vagueado para bem longe dali. Ainda atentei para as minhas calças de ganga, não fossem estar estas sujas de musgo.

Sem comentários: