domingo, 4 de dezembro de 2011

The Wild Bunch na Cinemateca




















Na passada noite (3 de Dezembro) a cinemateca passou um dos meus westerns favoritos, The Wild Bunch (1969) do irreverente Sam Peckinpah. No que diz respeito ao tratamento da violência utilizado em cinema até então, The Wild Bunch veio surpreender tudo e todos, revolucionando a forma como a violência é mostrada na grande tela. É susceptível dizer-se que a violência neste filme é-nos apresentada de uma forma verdadeiramente estonteante como se todos os intervenientes se fundissem numa completa orgia de tiros, gritos, poeira e sangue. Este é, também, um western distinguido dos demais pela elegância presente na filmagem (com recurso ao slow motion) e na atraente dinâmica da montagem. Este western apresenta-nos um México (onde foi filmado praticamente na íntegra, com a excepção de Espanha) dominado pelo poder capitalista e não pela maestria de quem empunha uma arma (como acontecia no velho oeste até então). Não havia lugar, pelo menos acima do solo, para pistoleiros solitários com um código de conduta próprio. E se a quadrilha selvagem liderada por Pike Bishop (William Holden) e por Dutch Engstrom (interpretado pelo sempre titular nos grandes westerns da história do cinema Ernest Borgnine) representa os velhos valores de um cowboy, o general Mapache – bem como o seu exército – representa a morte do western como sempre o conhecemos. E dadas as notáveis divergências, o final do filme é marcado pelo emblemático apocalipse onde a morte caracteriza a libertação e o admirável adeus ao que foi toda uma vida dedicada aos verdadeiros princípios de um verdadeiro cowboy. The Wild Bunch é uma das últimas boas recordações do velho cinema western, antes de ter afugentado o seu cavalo, desapertado as suas esporas e entregue a sua arma.

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