quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Steven R. Smith

Bendita seja a madrugada em que me cruzei com o Steven R. Smith no mais recôndito canto da internet. A minha alma ficou mais rica e compreendida depois desta descoberta musical. Mergulhei nas profundezas dos melancólicos acordes deste guitarrista e não mais regressei à superfície da consistência. Seria injusto escolher qual o meu álbum favorito de uma discografia, toda ela, de sonoridade semelhante. Steven R. Smith é um pregador de narrativas outonais, onde só as folhas secas dos plátanos caiem e o anoitecer subsiste. Este guitarrista merece ser contemplado sem qualquer reserva. A sua sonoridade prima pela sombra e a penumbra, onde as luzes da cidade não persistem. Toda a sua extensa discografia é uma flor que esmorece em cima de um jazigo esquecido, é todo um soluçar de cabisbaixo onde a esperança já não habita e um bocejar das mais isoladas e solitárias montanhas do mundo. Os seus dedos dedilham extensos caminhos cavernosos debaixo de árvores centenárias. A solidão domina todos os horizontes. E apesar de não haver previsões de céu limpo no reino deste eremita, a sua sonoridade presenteia-nos com o mais resplandecente sol em tons de sépia. Steven R. Smith tem tudo para ser o meu melhor amigo nas frias noites que se avizinham.            

      

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