Sou um admirador confesso deste
trio parisiense que se mudou para onde a sua sonoridade é natural: Los Angeles. Existem boleias que nos fazem crescer, e a boleia dada por bandas como Fatso Jetson
e Yawning Man na sua tour foram demasiado enriquecedoras para os Blaak Heat Shujaa. A prova
reside no seu mais recente álbum, o delirante “The Edge of an Era” do presente mês de Abril. Este disco encerra uma
verdadeira viagem transcendental que nos eleva aos mais altos firmamentos que a
inconsciência desbravara. É toda uma atmosfera celestial temperada pelo célebre
Scott Reeder (ex – Kyuss) na condição de produtor, onde prosperam colossais
remoinhos de psicadelismo e etnicismo. “The
Edge of an Era” é uma verdadeira ode espiritual, uma verdadeira epopeia narrada
em cima de um tapete mágico e abraçada pelo misticismo. Preparem-se para ouvir
um baixo frenético (enorme vénia ao Antoine Morel-Vulliez) que dança euforicamente à velocidade
da luz. É um perfeito êxtase acompanhar as suas oscilações pelos meandros da
alucinação. De realçar também a guitarra que, em comunhão com o baixo, vomita
verdadeiras substâncias psicotrópicas na atmosfera sonora. A bateria é o
restante ingrediente que em conjunto com os anteriores, forma toda esta
endorfina instrumental. Thomas Bellier (guitarrista e vocalista) acrescenta
ainda mais carácter a esta mescla sensorial com a sua voz “à lá Cisneros”. É um
disco de alma visceral e realmente hipnótica. Preparem-se para ver o Médio
Oriente mergulhado num oceano de mescalina onde a sinestesia é o único ar respirável.
E como se tudo isto já não fosse tremendamente estimulante, Mario Lalli cerra
as mãos no microfone para embelezar o penúltimo tema do disco. “The Edge of na Era” é um dos melhores
discos que ouvi em toda a minha vida, e a consequente ressaca da sua audição
ameaça subsistir durante muito, muito tempo.
Já encomendei esta verdadeira
obra-prima e fui informado pela Eva (Taberna de Belfast) de que no início de Junho
estarão presentes na sua acolhedora "nave espacial" (juntamente com Spindrift).
Lá estarei, portanto.
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