quarta-feira, 26 de março de 2014

Bongzilla - Gateway (2002)

Não será nada injusto julgar este disco pela capa. “The Gateway” encerra uma verdadeira inalação de THC que nos inunda a alma e arremessa para a eterna servidão gravitacional. Este disco é a mais visceral ode ao lado mais psicotrópico da música, e os efeitos sintomáticos da audição do mesmo em tudo se assemelham ao da respiração da Cannabis. Sintam-se exilados nos melosos, arrastados e delirantes riffs de duas guitarras e de um baixo que transpiram uma musculada e eufórica dança que nos atormenta a lucidez e aprisiona à doce paralisia. Sintam-se submergir com a fantasmagórica, gritante e cavernosa voz que se debate contra a possante e distorcida remontada instrumental. Bongzilla adjectiva-se como sendo o resultado da relação sonora entre Black Sabbath e Sleep. Uma monolítica radiação esverdeada que nos amortalha e deixa num profundo e ininterrupto êxtase. Uma onda de lisergia que se arrasta até nós e em nós desmaia. Um turíbulo narcotizado que nos hipnotiza e submete aos mais altos céus da leviandade. É um dos discos mais arrebatadores de que tenho memória. Um verdadeiro charro composto pelo ‘Stoner Rock’ mais fumarento e pela viscosidade do ‘Sludge Metal’.

Este disco chegou esta semana cá a casa (finalmente) e ainda me pergunto como terá passado no controlo aduaneiro. Fumem este disco e preparem-se para a levitação das levitações. E quando este terminar, sintam-se escravos da pesada e entorpecedora nebulosidade que ressaca nas vossas mentes. Um dos discos da minha vida!



Just remember, smoke fucking pot.” – Al Cisneros

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