Depois do bem-sucedido ‘Högtid’
(falado aqui) lançado no passado ano de 2014, eis que – um ano depois – nasce
‘Två’ e herda o merecido protagonismo deixado pelo seu antecessor. A banda
sueca Agusa destaca-se pela sua
sonoridade fielmente direcionada ao Krautrock
e ao Progressive Rock, com discretos
chamamentos a Psych Rock. Esta fusão
de subgéneros resulta numa revivalista odisseia que nos apazigua e transcende. ‘Två’
é um disco de atmosfera imensamente onírica, oxigenada pelo misticismo cósmico que
supera a compreensão humana. Este quinteto musicalmente rico conduz-nos ao
longo de uma fascinante meditação narrada pelos seus instrumentos. Sintam-se desfalecer
prazerosamente ao som de uma guitarra endeusada que se exalta com os seus solos
acrobáticos e empolgantes; Deixem-se hipnotizar pelas mágicas e vistosas incursões
de um órgão astral que sobrevoa todo o disco; Oscilem à boleia de um baixo deliciosamente
ritmado que sombreia com robustez todo este cortejo ancestral; Agitem-se ao som
de uma bateria jazzística que pauta com exuberante e prazenteira perícia esta
divagação sideral; Deliciem-se com a dança étnica exalada de uma flauta serpenteante
que nos adorna e conquista. ‘Två’ tem algo de verdadeiramente encantador que
faz dele um dos melhores discos do ano. Fechem os olhos, recostem-se confortavelmente
e sintam-se gravitar os pesados domínios de Agusa numa das hipnoses mais profundas que a música pode germinar
em nós. Sejam astronautas do vosso próprio Cosmos ao longo dos 40 minutos de ‘Två’.
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