quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Big Red Panda | "Grand Orbiter" (2015)

Big Red Panda são uma das bandas mais surpreendentes (no sentido elogioso da palavra) dentro do panorama Prog/Psych Rock português. A sua veia criativa parece não parar de dilatar e prova disso é o seu mais recente registo: “Grand Orbiter”. Este EP acabado de ser lançado pela Bad Bad Mary Records no presente mês de Novembro traz-nos as progressivas e psicadélicas brisas Pink Floyd’eanas entrelaçadas no exótico, lisérgico e sedutor Psych Jazz de uns Causa Sui. Depois do seu estreante e homónimo disco lançado no passado verão de 2014, o quinteto natural da vila minhota de Ponte de Lima não se limitou a assimilar as sentidas ovações que de norte a sul do país lhes foram dedicando e deu a tão apetecida e merecida sequência à sua estrada musical. Este disco de feições maioritariamente progressivas – audivelmente maquilhado pela era setentista – tem algo de extremamente encantador que nos ameniza do primeiro ao último tema. “Grand Orbiter” exerce sobre nós todo o seu poder de atração gravitacional mantendo-nos constantemente na sua órbita. As guitarras de uivos fecundantes e vertiginosos esperneiam-se livremente num atropelo mutuo pelos lençóis astrais de “Grand Orbiter”, desprendendo solos orgiásticos e riffs comoventes. A bateria tiquetaqueia com dinamismo e sensibilidade todo este indomável e prazeroso carnaval sonoro, mostrando firmeza e destreza em todas as suas ofensivas. O sintetizador dançante (que por vezes nos transporta para o incontornável "10.000 anos depois entre Vénus e Marte" de José Cid) perde-se e encontra-se por entre as suas delirantes divagações perfumando toda a ambiência anestésica de “Grand Orbiter”. A voz lúcida e tonificante que se destaca no íntimo de toda esta embriagante comoção. O baixo de fascinante orientação rítmica, linhas sólidas, pulsantes e meditativas escolta de perto o riff (na companhia da bateria) enquanto que as guitarras e o sintetizador se transcendem em inspirados gritos celestiais. Este “Grand Orbiter” é um verdadeiro trampolim que nos faz cabecear os mais distantes astros do profundo oceano cósmico. Um disco deslumbrante do primeiro ao último minuto.

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