Está lançado o álbum de
estreia dos norte-americanos Buffalo
Fuzz. Este power-duo de alma
mergulhada na região do delta do rio Mississippi e natural da populosa cidade
de Minneapolis (no estado do Minnesota, EUA) apresenta-nos uma elegante,
excitante e alucinante descarga de Heavy
Blues a pendular entre o estilo clássico e o mais irreverente que nos agita
do primeiro ao derradeiro tema de ‘Buffalo Fuzz’. A sua sonoridade
suja, inflamante e oxidada pelo efeito fuzz
é conduzida a volúpia e depressa nos conquista, remetendo-nos a um estado de
puro encantamento. É demasiado fácil dançá-lo detida e hipnoticamente como que
uma cobra Naja serpenteia fixamente a flauta indiana. A extravagante guitarra
de sublimes e atraentes acordes que se transcendem em gritantes e estonteantes
solos, espreguiça-se com graciosidade e excentricidade nesta atmosfera solarenga
de ‘Buffalo
Fuzz’, enquanto que o baixo groove’sco
de linhas pulsantes, robustas, contemplativas e imensamente magnetizantes tonifica
com constância o riff base, a bateria
de emoções ao rubro esporeia e cavalga a musicalidade de Buffalo Fuzz de rédeas firmemente empunhadas, e a agradável e
delgada voz passeia-se com ternura e distinção neste álbum que tão bem conjuga
o requinte com a indelicadeza. Este é um disco para ser ouvido relaxadamente num
dia calmo, límpido e solarengo. Não esperem pelo Outono para bronzearem a alma
com esta embriagante e cáustica radiação de Blues, e comungarem um dos mais belos álbuns de 2016.
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