sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Review: ⚡ Elbrus - 'Elbrus' (2016) ⚡

A Austrália é hoje uma das regiões do planeta onde o Psych Rock prolifera com mais excelência e abundância. Bandas como Comacozer, Mt. Mountain, Holy Serpent, Child, Buried Feather e os recém-formados Elbrus transpiram uma requintada, deslumbrante e extasiante fragância sonora que há muito venero religiosamente. Desta vez falar-vos-ei de Elbrus, um jovem quarteto sediado na carismática e populosa cidade de Melbourne que destila um excitante, elegante, mélico e hipnótico Heavy Psych N’ Blues que se espreguiça e envaidece até ao montanhoso, obscuro, denso e corrosivo território do Psych Doom. O seu álbum de estreia ‘Elbrus’ aprisiona uma sonoridade verdadeiramente apaixonante que nos banha, adorna e eteriza a alma. Lançado oficialmente no passado dia 12 de Dezembro pela mão do selo germânico Kozmik Artifactz – nos formatos físicos de CD e vinil – este disco de alma profundamente encantadora vem a tempo de se intrometer no já populoso lote dos melhores álbuns nascidos em 2016. A sua musicalidade – prima direita dos seus conterrâneos Child – desenvolve-se da delicadeza, serenidade e placidez nirvânica à robustez, inquietude e incontida excitação. Tudo neste disco homónimo nos estimula a dança-lo numa detida, prazerosa e serpenteante dança que nos domina e conduz com incontrariável autoridade. A guitarra movida a lascívia e fineza expande-se em esplendidos, atléticos e exuberantes riffs que se agigantam em nós e contorce-se em ululantes, afrodisíacos e mirabolantes solos que nos contaminam e desgastam a lucidez. O astral e harmonioso órgão de fascinantes, tonificantes e distintos bailados vagueia com suavidade e primor a arrebatadora e voluptuosa atmosfera de ‘Elbrus’, enquanto que o baixo pulsante e murmurante – de linhas sólidas, carregadas e torneadas – consolida todo este longo cortejo de prazer. A magnética e adorável bateria tiquetaqueia com sentimento e estarrecedora perícia as mais ousadas e aventuradas orientações promovidas pelos restantes instrumentos, os vocais melódicos, afáveis, e joviais que nos envolvem e namoram, e ainda a efémera mas distinta aparição de uma uivante, exótica e provocante harmónica que se passeia e galanteia – de forma excêntrica – quando lhe é dado total protagonismo. É justo ainda salientar o magnífico traço de Adam Burke na criação do artwork que confere rosto a esta preciosidade australiana. ‘Elbrus’ é um disco verdadeiramente sublime que nos vence e convence a reverenciá-lo. Deixem-se diluir nesta magnificente radiância que vos cegará de exultação.

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