Da populosa e agitada cidade
de Los Angeles chega-nos o estreante
EP de designação homónima forjado pela jovem banda Roast. Lançado oficialmente ontem – dia 1 de Dezembro – pela mão do
recém-formado selo local Glory or Death
Records em formato digital e de CD, ‘Roast’ insere-se na célebre e carismática
rota do tão característico psicadelismo californiano que idolatro
incondicionalmente. Baseada num sedutor, torneado, quente e inflamante Heavy Psych N’ Blues e oleado e bronzeado
por um elegante, obscuro e monolítico Proto-Doom,
a fascinante sonoridade deste quarteto de futuro imensamente promissor causa em
nós um perfumado e prazeroso torpor que nos namora vivamente ao longo dos
quatro temas que habitam a sublime alma deste EP. ‘Roast’ é uma envolvente,
luxuosa, irresistível e provocante dança demoníaca que nos circunda, hipnotiza
e enfeitiça sem a mais pequena timidez. Os nossos ouvidos salivam ao requintado
e delirante som de duas guitarras majestosas que se perdem e encontram tanto em
solos narcotizantes, tantalizantes e meditativos que convidam à profunda introspecção,
como se esporeiam em solos verdadeiramente desvairados, ardentes e eróticos que
nos acutilam e euforizam de forma instantânea, e se revigoram e agigantam em imponentes,
extravagantes e inquisidores riffs capazes
de nos sombrear e atemorizar. Desprendam a cabeça na perseguição a uma bateria deliciosamente
magnetizante, arrebatadora e estimulante que galopeia de forma dinâmica e
criativa toda esta empolgante descarga sonora. Pendulem os vossos corpos na libertadora
resposta a um baixo tremendamente groove’sco
de linhas vistosas, pulsantes, robustas e serpenteantes, e deixem-se assombrar pela
voz melódica, gélida e enigmática que se passeia livremente pela sumptuosa atmosfera
de ‘Roast’.
Chego ao fim deste luciférico encantamento a suspirar pelo lançamento de um
novo trabalho de Roast que dê a
justa e desejada continuidade a esta tão espantosa e auspiciosa estreia. Estamos
mesmo na presença de uma das mais agradáveis e destacadas surpresas deste inesquecível
ano musical de 2016.
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