Da bela e populosa cidade
australiana de Sydney chega-nos ‘Electric
Smokehouse’: o primeiro álbum de 2017 a ter em mim um impacto singular.
Lançado oficialmente hoje mesmo pela mão do selo independente Pepper Shaker Records e do selo holandês HeadSpin Records nos formatos
físicos de CD e vinil, este novo e quarto álbum do power-trio Frozen Planet 1969
prende um delirante, fascinante e envolvente Heavy Psych de instrumentos apontados aos lugares mais longínquos e
recônditos do Espaço sideral. É à boleia desta emocionante, redentora e narcotizante
jam que a nossa alma é mumificada por
uma soberana e firme sensação de bem-estar e arremessada tão para lá dos domínios
gravitacionais da consciência terrena. A sua sonoridade imensamente hipnótica, arrebatadora
e contemplativa embacia a nossa lucidez, instaura em nós o sagrado êxtase e
massaja-nos o cerebelo. ‘Electric Smokehouse’ é uma prazerosa,
sumptuosa e penetrante odisseia pela gélida e anestésica obscuridade do Cosmos temulento.
Uma sagrada evasão pela infinidade espiritual experienciada de narinas
dilatadas a absorver as poeiras estelares e olhar petrificado e ancorado no
firmamento que se desdobra e reinventa. Icem as velas da vossa alma e velejem
os mais sedosos e tranquilizantes mares ao orgástico som de uma guitarra astral
que se transcende em admiráveis, estarrecedoras e lisérgicas divagações, um
baixo palpitante e murmurante – de linhas serpenteantes, eróticas e imensamente
contagiantes – que nos obriga a vivenciá-lo numa detida dança de dinâmica pendular,
e uma bateria excitante de ritmicidade sedutora e emocionante que vivifica e enfatiza
toda esta encantadora atmosfera de ‘Electric Smokehouse’. É relevante
ainda enaltecer o fantástico artwork de
traço brilhantemente conduzido pelo artista londrino Matt Wilkins que confere rosto a esta verdadeira preciosidade. Existe algo de verdadeiramente sublime e deslumbrante
neste novo álbum dos australianos Frozen
Planet 1969 que me faz reverenciá-lo. Mergulhem nesta etérea nebulosidade de ‘Electric
Smokehouse’ e sintam-se adornados pela morfínica leviandade suspirada
pelas estrelas.
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