quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Review: ⚡ Frozen Planet 1969 - 'Electric Smokehouse' (2017) ⚡

Da bela e populosa cidade australiana de Sydney chega-nos ‘Electric Smokehouse’: o primeiro álbum de 2017 a ter em mim um impacto singular. Lançado oficialmente hoje mesmo pela mão do selo independente Pepper Shaker Records e do selo holandês HeadSpin Records nos formatos físicos de CD e vinil, este novo e quarto álbum do power-trio Frozen Planet 1969 prende um delirante, fascinante e envolvente Heavy Psych de instrumentos apontados aos lugares mais longínquos e recônditos do Espaço sideral. É à boleia desta emocionante, redentora e narcotizante jam que a nossa alma é mumificada por uma soberana e firme sensação de bem-estar e arremessada tão para lá dos domínios gravitacionais da consciência terrena. A sua sonoridade imensamente hipnótica, arrebatadora e contemplativa embacia a nossa lucidez, instaura em nós o sagrado êxtase e massaja-nos o cerebelo. ‘Electric Smokehouse’ é uma prazerosa, sumptuosa e penetrante odisseia pela gélida e anestésica obscuridade do Cosmos temulento. Uma sagrada evasão pela infinidade espiritual experienciada de narinas dilatadas a absorver as poeiras estelares e olhar petrificado e ancorado no firmamento que se desdobra e reinventa. Icem as velas da vossa alma e velejem os mais sedosos e tranquilizantes mares ao orgástico som de uma guitarra astral que se transcende em admiráveis, estarrecedoras e lisérgicas divagações, um baixo palpitante e murmurante – de linhas serpenteantes, eróticas e imensamente contagiantes – que nos obriga a vivenciá-lo numa detida dança de dinâmica pendular, e uma bateria excitante de ritmicidade sedutora e emocionante que vivifica e enfatiza toda esta encantadora atmosfera de ‘Electric Smokehouse’. É relevante ainda enaltecer o fantástico artwork de traço brilhantemente conduzido pelo artista londrino Matt Wilkins que confere rosto a esta verdadeira preciosidade. Existe algo de verdadeiramente sublime e deslumbrante neste novo álbum dos australianos Frozen Planet 1969 que me faz reverenciá-lo. Mergulhem nesta etérea nebulosidade de ‘Electric Smokehouse’ e sintam-se adornados pela morfínica leviandade suspirada pelas estrelas.

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