Kungens Män é uma daquelas bandas
que passa mais tempo em estúdio que fora dele. Desde 2013 esta formação
escandinava sediada na cidade de Estocolmo
(Suécia) já lançara cerca de duas
dezenas de trabalhos e o presente ano de 2017 conta já com o lançamento de dois
álbuns e um EP. Depois de no início do ano ter degustado, referenciado e
elogiado o álbum ‘Bränna Tid’ (review aqui)
este inspirador quinteto está prestes a lançar oficialmente o seu próximo álbum
designado de ‘Dag & Natt’ que tem data de nascimento agendada para o
próximo dia 31 de Julho nos formatos digital e de CD através do seu Bandcamp e ainda futuramente na forma de
vinil pela mão do selo discográfico Adansonia
Records. Dividido em duas partes que tão bem se complementam, ‘Dag
& Natt’ presenteia o ouvinte com uma envolvente, demorada e
anestésica odisseia pelos hipnóticos, ataráxicos e encantadores domínios do Krautrock. Contando ainda com discretos
e harmoniosos laivos do extravagante Free
Jazz e do intoxicante Psych Rock,
a celestial ambiência sonora deste álbum passeia-nos pela profunda vastidão
cósmica de olhar desmaiado no horizonte e alma narcotizada e sepultada em solo
astral. São cerca de 90 minutos climatizados por uma deslumbrante hipnose que
nos mantém recostados a um intenso e prazeroso estádio de inércia. Na índole
desta relaxante digressão às mais distantes costuras do espaço sideral estão
duas guitarras em constante diálogo que se ensoberbecem nos seus mélicos e
encantadores acordes e solos lisérgicos, delirantes e viscerais, um baixo
fluido de linhas marcadas, densas e oscilantes que nos obriga a um constante
pendulo corporal, uma bateria jazzística
firmemente entregue a uma magnetizante monotonia que nos dilata as pupilas, um
sintetizador de aura estelar que nos empoeira com toda uma nebulosa e fascinante
alquimia sonora, e ainda um luxurioso saxofone de excêntricas, exóticas e mirabolantes
danças que se serpenteia livremente pela lenitiva atmosfera de ‘Dag
& Natt’. Sintam-se diluir nas perfumadas, deleitosas e penetrantes jams de Kungens Män e vivenciem um dos mais estarrecedores registos de
2017.
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