sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Review: ⚡ Prisma Circus - 'Mk. II' (2017) ⚡

Aquela que é – muito provavelmente – a minha banda espanhola favorita acaba de surpreender todos os seus seguidores não só com o inesperado regresso ao activo, mas também com o lançamento de um novo álbum brilhantemente desenvolvido pela sua reformulada constituição. ‘Mk. II / Promethea's Armageddon’ dá nome ao tão ansiado regresso de Prisma Circus e dá também seguimento à tão animada caravana sonora de tração setentista que de forma tão fiel caracteriza a banda desde a sua origem. Lançado ontem – dia 28 de Dezembro – em formato digital através da sua página oficial de Bandcamp, este novo álbum ostenta um euforizante, poderoso, charmoso e exuberante Heavy Psych N’ Blues de inspiração revivalista que nos instiga a vivenciá-lo numa prazerosa e enérgica comoção que nos sacode e inquieta do primeiro ao último tema. A sua sonoridade delirante, carismática e elegante desfila envaidecidamente sobre a ténue linha entre a tecnicidade e a emotividade. Um intenso e indomável carrossel que nos passeia e manuseia a uma velocidade estonteante pela absorvente, frenética e extasiante atmosfera sonora de ‘Mk. II / Promethea's Armageddon’. Deixem-se apaixonar, diluir e atordoar pelo arrebatamento saturado deste fascinante e irreverente power-trio e alucinem ao extraordinário som de uma guitarra embriagada e desvairada que se amuralha e consolida em riffs sumptuosos, veneráveis e portentosos e se extravia e ziguezagueia por entre solos imensamente sedutores, velozes e enlouquecedores, um baixo portentoso de linhas robustas, dinâmicas, oscilantes e astutas que diligencia até as mais ousadas digressões da guitarra, uma bateria empolgante e furiosa de acrobacias ligeiras, hipnóticas e talentosas  que nos agita violentamente a cabeça na instintiva resposta, uma voz galopante, colérica e instigante de tonalidade áspera e cauterizante que esporeia todo o restante instrumental, e ainda um órgão de bailados influentes, charmosos, enigmáticos e sumptuosos que sulfatiza toda a majestosa ambiência deste tão aguardado renascimento da formação sediada em Barcelona. Este é um álbum de contornos epopeicos que grita por um lançamento em formato físico. Um registo de fácil digestão que promete abastecer de adrenalina todos aqueles que nele ancorarem a sua atenção. Dispam-se de todas as inibições e deixem-se perturbar pela fervilhante sublimação de ‘Mk. II / Promethea's Armageddon’ num dos grandes álbuns do ano.

Sem comentários: