Da capital portuguesa chega-nos o novo álbum de estúdio do power-trio The Crazy Left Experience apelidado de ‘Death, Destruction And Magic’.
Lançado muito recentemente através do selo discográfico alemão Adansonia Records no formato físico de
vinil, este renovado capítulo da sublime e fascinante odisseia cósmica trilhada
pela banda lisboeta sustenta – a par do seu antecessor ‘Bill's 108th Space Odyssey’
(review aqui) – uma envolvente,
agradável e estimulante sonoridade de onde se extrai um lenitivo, deslumbrante
e explorativo Psych Rock em hipnótica
consonância com um viajante, meditativo, morfínico e ofuscante Space Rock que nos desamarra da
gravidade terrestre para nos transcender num vertiginoso mergulho cósmico. É à
boleia das suas encantadoras jams de
natureza sideral que somos abraçados e dissolvidos numa densa e dominadora narcose
que nos climatiza e eteriza do primeiro ao derradeiro tema. São cerca de 32
minutos governados por uma atmosfera alienígena que nos intriga, seduz e
magnetiza na direcção dos mais longínquos e secretos astros enraizados no negro
solo astral. Recostem-se confortavelmente, respirem lenta e profundamente,
desmaiem as pálpebras, e deixem-se induzir por um prazeroso estádio de intensa
lisergia nutrida por uma guitarra vagueante que coloniza todo o Universo com os
seus solos ecoantes, alucinógenos, ácidos e delirantes, um baixo hipnotizante
de linhas pesadas, robustas, torneadas e pulsantes, e uma bateria cintilante,
ritmada e relaxante que escolta todas as ousadas, extravagantes e arrebatadas digressões
da guitarra pela infinita espacialidade de ‘Death, Destruction And Magic’. Este
é um álbum que nos sulfata a alma de uma psicotrópica poeira estelar e
estaciona a consciência num verdadeiro e edénico oásis espiritual. Um registo verdadeiramente
transcendente - forjado e suspirado pelas estrelas – que nos aquieta e
enfeitiça com a sua inebriante bafagem epicurista. Diluam toda a vossa lucidez
na tranquilizante essência de The Crazy
Left Experience e sintam-se naufragar pela desmesurada vastidão do oceano
cósmico. Estamos mesmo na presença de um dos mais apaixonantes discos de origem
nacional, e que certamente no final do ano rivalizará por uma das mais elevadas
posições dos melhores álbuns lançados em 2018.
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