domingo, 13 de maio de 2018

Review: ⚡ Zen Bison - 'Krautrocker' (2018) ⚡

Da cidade alemã de Rostock chega-nos uma das mais agradáveis e apaixonantes surpresas musicais do presente ano. ‘Krautrocker’ é o novo álbum do esplendoroso power-trio Germânico Zen Bison e vem embebido num quente, afável, harmonioso e deslumbrante Psych Rock, massajado por um relaxante, contemplativo, adorável e envolvente Krautrock e tonificado por um musculado, euforizante, provocante e ritmado Heavy Rock de tração setentista. Gravado ao vivo na primavera de 2017 e oficialmente lançado no passado dia 9 de Maio através da sua página de Bandcamp, este ‘Krautrocker’ oferece uma sonoridade verdadeiramente divinal que se passeia e pavoneia por entre paisagens plácidas, radiosas, idílicas e veraneias capazes de nos acariciar e estacionar numa completa sensação de bem-estar, como se enegrece e robustece num vigoroso, dinâmico e montanhoso turbilhão que nos atordoa, agita e inflama de uma ardente e comovente exaltação. E é esta harmonia entre dois estados de espírito tão contrastantes que faz de ‘Krautrocker’ um álbum detentor de uma estética intensamente contagiante. Na génese desta deliciosa obra-prima – sublimemente esculpida pelos Zen Bison – está uma guitarra primorosa que nos hipnotiza, arrebata e exterioriza com os seus riffs comoventes, veneráveis, aprazíveis e fascinantes, e solos venenosos, borbulhantes, delirantes e ostentosos, um baixo murmurante detidamente entregue a uma sedutora e reverberante dança desenhada a linhas oscilantes, torneadas, demarcadas e possantes, uma maravilhosa bateria de natureza jazzística e polida, delicada e refinada orientação rítmica que tiquetaqueia e afogueia toda esta voluptuosa ode epicurista. Num plano mais secundário é-me importante ainda estender o elogio à voz berrante, calorosa e tonificante que vagueia pela encantadora atmosfera do álbum, à estimulante percussão de cariz tribalista, e à sempre agradável presença de um teclado aromatizado por suavizantes, mélicos e inebriantes bailados. O artwork de essência indígena tem a assinatura do artista alemão Max Friedrich. Este é um registo esplêndido que fará os vossos ouvidos salivar do primeiro ao último tema. Absorvam paulatinamente toda a misticidade brilhantemente difundida por Zen Bison e vivenciem com total entrega e devoção um dos álbuns mais convidativos e preclaros florescidos no fértil solo de 2018. Puro encanto em estado musical.

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