sexta-feira, 1 de junho de 2018

Review: ⚡ Mountain Dust - ‘Seven Storms’ (2018) ⚡

Da grande e populosa cidade de Montreal (Québec, Canadá) chega-nos o segundo álbum do quarteto Mountain Dust designado de ‘Seven Storms’. Oficialmente lançado no passado dia 18 de Maio unicamente em formato digital e promovido através da plataforma Bandcamp, este novo trabalho da formação canadense alberga uma sonoridade revivalista de onde sobressai um elegante, robusto e electrizante Heavy Blues em consonância com um tirânico, obscuro e dinâmico Proto-Metal de feição setentista. Num agradável e venerável equilíbrio entre pacíficas, afáveis e melódicas passagens, e intensas e ardentes comoções de fúria controlada, ‘Seven Storms’ tem a capacidade de nos envolver, intrigar e hipnotizar do primeiro ao derradeiro tema. São cerca de 40 minutos lubrificados e temperados por uma ritmicidade conduzida a primor, extravagância, luxúria e vigor que galopa e esporeia durante toda a longevidade deste fascinante registo. Na génese desta enigmática e despótica obscuridade está uma guitarra que se endurece, sombreia e enegrece na edificação de riffs montanhosos, sombrios e poderosos, e se expande e devaneia na invenção e condução de solos gritantes, ostentosos, meticulosos e excitantes, um baixo reverberante, pesado e bafejante que se carrega à boleia de linhas pulsantes, massivas, volumosas e vibrantes, uma bateria diligente, fogosa, vigorosa e provocante de galope  turbulento febril e desenfreado, uma voz que pendula entre a harmoniosa melosidade e a cáustica e ardente impetuosidade, e ainda um magnetizante, melancólico, imperioso e arrepiante teclado de bailados sumptuosos, carismáticos, excêntricos e tenebrosos que nos dilatam as pupilas, sustêm a respiração e revolvem a alma. ‘Seven Storms’ é um álbum detentor de uma essência ocultista que merece ser comungado e reverenciado com total entrega e paixão. Um aliciante ritual de adoração esotérica – brilhantemente rezado e liderado por Mountain Dust – que nos absorve, enluta e promove a um perfeito estádio de encantamento capaz de nos ofuscar e inebriar com a sua negra radiância. Deixem-se tocar, absorver e amaldiçoar pelo sensual, demoníaco e letal Bluesy Doom e enfrentem a magia negra de um dos mais lúgubres registos brotados em 2018. Ensombrem-se nele.

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