terça-feira, 21 de agosto de 2018

Review: ⚡ BearSloth - 'Get In The Van' (2018) ⚡

Da cidade norte-americana de Allentown (Pensilvânia, EUA) acaba de ser lançado um dos discos por mim mais aguardados do ano. ‘Get in the Van’ é o tão ansiado álbum de estreia do quarteto BearSloth que finalmente decidira avançar para estúdio depois de concertos acumulados ao longo dos últimos anos. E se a minha expectativa a ele dedicada era imensa, assim que ouvira os primeiros riffs sentira a inabalável convicção de que se trataria mesmo de um dos meus registos favoritos de 2018. Conduzido ao volante de um atraente, animado, ritmado e empolgante Heavy Psych N’ Blues fervido em efeito fuzz – de onde facilmente se desprendem influências apontadas a Jimi Hendrix, ZZ Top, Blue Cheer e MC5 – este adorável registo traz-nos uma airosa fragância de essência revivalista que nos remete para as emblemáticas e nostálgicas décadas de 1960 e 1970. A sua sonoridade exótica combina as vertentes heavy do universo Psychedelic RockBlues Rock, presenteando ainda o ouvinte com ousadas aproximações ao ardente e contagiante Boogie Rock ouvido, dançado e exultado no final dos anos 60. Baseado em lascivos e boémios riffs – por nós facilmente compreendidos e sussurrados – que transpiram e disseminam calor, brilho e sedução, este emocionante ‘Get in the Van’ obriga-nos a dançá-lo de corpo serpenteante, olhar selado e sorriso talhado no rosto. Estalem os dedos, batam com o pé no chão e agitem-se prazerosa e extravagantemente à boleia de uma guitarra vivificante que se balanceia em acordes comoventes, voluptuosos, sinuosos e eletrizantes, e se transcende na libertação e orientação de atordoantes, extasiados, irresistíveis e uivantes solos, um baixo sombreado de linhas oscilantes, corpulentas e magnetizantes que superiormente conjuga o peso com a movimentação, uma bateria expedita de incansáveis e fogosas acrobacias executadas a habilidade, entusiasmo e agilidade, um mirabolante e carnavalesco saxofone de envolventes, bizarros, tortuosos e deslumbrantes bailados à boa moda do Free-Jazz, e ainda uma aveludada, relaxada e encantadora voz de textura Hendrix’eana que complementa na perfeição toda esta vulcânica e afrodisíaca manifestação. É-me ainda importante estender o elogio ao absorvente artwork de natureza lisérgica e alucinógena – concebido pelo artista Reed Markovitz – que transportara para o domínio visual todo um efeito sinestésico provocado pelo LSD. Este é um álbum repleto de uma intensa vitalidade que nos inflama e inquieta do primeiro ao último minuto. Um registo verdadeiramente absorvente que nos preenche de alegria e euforia. Embarquem neste ‘Get in the Van’ e saturem-se de um caloroso entusiasmo que vos bronzeará e narcotizará a lucidez. Um disco integralmente lavrado à minha imagem e que certamente estará perfilado por entre os mais valorizados álbuns do ano.

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