sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Review: ⚡ Hypnos - ‘Set Fire to the Sky’ (2018) ⚡

Do território nórdico chega-nos ‘Set Fire to the Sky’, o quarto e novo álbum do quinteto sueco Hypnos. Oficialmente lançado hoje mesmo pela mão do influente selo discográfico local The Sign Records (responsável máximo pela promoção do que de melhor acontece em território nacional no que à vertente underground da música Rock diz respeito) em formato digital e nos formatos físicos de CD e vinil, este novo trabalho da esplendorosa formação escandinava era um dos discos por mim mais aguardados de 2018. Fortemente influenciada por um musculado, majestoso, aristocrático e refinado Hard Rock talhado nos dourados 70’s e pelo carismático movimento da New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM) hasteado no intervalo temporal entre 1970 e 1980 de onde se destacaram bandas icónicas como Judas Priest, Iron Maiden, Saxon e Def Leppard, a principesca sonoridade de ‘Set Fire to the Sky’ passeia-se por entre uma vistosa, ostentosa, melódica e vigorosa fragância que me inebriara e apaixonara com desenfreada prontidão e impetuosa comoção. Uma superior ode de natureza clássica e revivalista que nos envolve e transporta para o consagrado romantismo setentista. Numa agradável alternância de estados sonoros e consequentemente emocionais – que tanto nos esporeia, provoca e euforiza com vertiginosas e violentas cavalgadas, como nos ameniza, afaga e narcotiza com harmoniosas e delicadas baladas – esta caprichada obra de Hypnos tem o dom de satisfazer o nosso desejo de requinte. São 43 minutos lavrados a fogosidade, dinamismo e lubricidade que nos mantêm a ‘Set Fire to the Sky’ atrelados e imensamente fascinados do primeiro ao último tema. Agitem-se ao electrizante som de duas guitarras gémeas que se misturam e amuralham na criação e condução de luxuosos, tirânicos, enigmáticos e portentosos riffs, e se desprendem e desvairam na (des)controlada emancipação de trepidantes, arrebatadores, incríveis e gritantes solos, uma voz felina, regada e temperada a opulência, voluptuosidade e exuberância, um baixo diligente e bafejante de linhas vibrantes, tensas, densas e pulsantes, e ainda uma explosiva e criativa bateria de constante propensão ofensiva que tiquetaqueia e capitaneia toda esta épica ostentação. ‘Set Fire to the Sky’ é um romanesco álbum de contornos epopeicos que facilmente fará salivar todos os devotos peregrinos do clássico Hard Rock de orientação setentista. Este é – indubitavelmente – um dos meus álbuns favoritos do género e um dos mais sérios candidatos apontados aos lugares de maior destaque na lista dos melhores discos produzidos em 2018.

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