sábado, 22 de setembro de 2018

Review: ⚡ Key Machine - ‘Revival’ (2018) ⚡

De Ontário – a província mais populosa do Canadá – chegam-nos as adoráveis e reconfortantes brisas revivalistas de Key Machine com a apresentação do seu surpreendente álbum de estreia ‘Revival’. Lançado oficialmente em território primaveril sob a forma física de cassete (reduzida a uma edição ultra-limitada), este apaixonante registo ostenta – como o seu próprio nome sugere – uma sonoridade de textura vintage, devidamente tricotada e ensolarada por um agradável, voluptuoso, garboso e imperturbável Folk Rock fielmente resgatado aos dourados anos 60, um musculoso, oleado, torneado e vistoso Hard Rock de indiscreta influência e essência setentista, e ainda um mélico, harmonioso, vaidoso e carismático Blues Rock de fragância clássica que nos contagia e instiga a dançá-lo e venerá-lo sem qualquer moderação. Confesso ter sentido por este álbum uma súbita sensação de amor à primeira audição que se intensificara com o acréscimo de renovadas passeatas pelas idílicas paisagens sonoras que o mesmo encerra. Existe algo de verdadeiramente esplendoroso, admirável, edénico e afectuoso na emblemática atmosfera de ‘Revival’ que me seduz e conduz a uma nostálgica, fascinante e desejada era há muito desaparecida. Uma envolvente, extasiante e deslumbrante digressão pela bucólica, poética e remota Primavera de vivências ancestrais, onde airosas, ondulantes e verdejantes planícies de extensão a perder de vista se esbatem e ofuscam num longínquo e inalcançável horizonte banhado e consagrado pelo Sol. Sintam a doce paralisia da alma, o desmaio do olhar embriagado, e um sorriso cintilante e petulante desenhar-se no vosso rosto ao combinado som de uma guitarra lenitiva que brota e recita refinados, espirituais, devocionais e ensolarados acordes, um baixo murmurante de linhas fluídas, contemplativas e oscilantes, uma bateria aprazível movida a um toque polido e delicado mas inventivo, ostensivo e desembaraçado, e ainda uma voz reinante, formosa e provocante que empresta toda uma elegância e exuberância extra à virtuosa e copiosa beleza de ‘Revival’. Um dos meus álbuns favoritos – nascidos em 2018 – está aqui, na trovadora e sedutora alma dos canadianos Key Machine.

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