Gravado no já distante ano
de 2012 e seguidamente caído no esquecimento durante um longo período temporal,
o adorável álbum de estreia dos suecos Madmans
Moustache recebe agora o merecido reconhecimento da parte do pequeno selo
discográfico Paltunes (sediado na
cidade de Malmö) com a sua
divulgação integral através da plataforma digital Bandcamp e do lançamento em formato físico sob a forma de vinil.
Este admirável registo de designação homónima é portador de um envolvente, requintado,
agradável e magnificente Psych Rock
em alegre comunhão com um edénico, primaveril, delicado e bucólico Folk que nos mantêm plenamente arrebatados
e extasiados do primeiro ao derradeiro tema. A sua sonoridade edénica, mélica, relaxante
e purificante – tricotada a uma sublimidade e graciosidade enternecedoras –
causara em mim toda uma ininterrupta perplexidade e incessante fascinação que
me afagaram ao longo de toda sua duração. São 37 minutos completamente
embebidos numa utopia sonhadora que nos massaja a alma e faz salivar os ouvidos.
Diluam toda a vossa atenção nesta esplêndida e caprichada obra-prima de Madmans Moustache, e encontrem-se capturados
num perfeito estado de satisfação e sedução à boleia de duas guitarras sumptuosas
que florescem em harmoniosos, expressivos, lenitivos e donairosos acordes, e se
envaidecem em deliciosos, inebriantes, delirantes e resplendorosos solos de imaculada
beleza, um murmurante baixo cadenciado e orientado a linhas oscilantes,
fluídas, fibrosas e dançantes, uma bateria jazzística
de toque talentoso, polido, cuidado e primoroso, um místico órgão criador de
uma atmosfera intimista, enfeitiçada e fantasista, e ainda uma voz sedosa,
simpática e deleitosa que por vezes é escoltada, revestida e emoldurada por um
deslumbrante e magistral coro vocal capaz de nos hipnotizar e desmaiar de
prazer. ‘Madmans Moustache’ é um álbum intensamente magnetizante, paradisíaco
e aliciante que nos namora e recosta a uma estimulante, doce e transbordante lisergia
tingida a laivos de epicurismo. Um perfeito sonho acordado no qual a nossa alma
se reconforta e deseja não mais dele regressar. Flutuem pela beatitude
diluviana que este colectivo sueco canaliza pelas artérias da nossa consciência,
e sintam-se transcender pela desarmante celsitude destilada por aquele que aos
meus ouvidos se perfila como o álbum mais encantador lançado até ao momento em
2019. Um verdadeiro bálsamo divino – de interiorização auditiva e consequente rendição
sensorial – que presenteia, climatiza e formoseia a nossa espiritualidade com uma sagrada aura
de inigualável e irretocável sublimidade.
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