Com o lançamento
oficial do novo álbum ‘Ancestors’ calendarizado para o dia de
amanhã – 25 de Novembro – pela mão da influente editora discográfica portuguesa
Raging Planet nos formatos digital e CD (este último limitado a 300
cópias), os serranos It was the Elf – localizados na cidade de Gouveia (distrito da Guarda) – dão assim mais um firme passo em frente na triunfante caminhada
pela sua afirmação dentro do panorama musical nacional. Norteado por uma
evocação e devoção ancestrais, este quarteto beirão traja um trevoso, enérgico,
colérico e fibroso Heavy Rock em simbiótica parceria com um fogoso, carismático,
enfático e montanhoso Grunge Rock resgatado aos saudosos anos 90. De
rédeas empunhadas, maxilares cerrados, olhar incendiado e esporas
ensanguentadas, a estrondosa sonoridade de ‘Ancestors’ é carburada
e troteada por uma impiedosa cavalaria pesada que ocasionalmente descontrai nos
orvalhados, meditativos, lenitivos e embrumados campos de um plácido, etéreo e
embriagado Psychedelic Rock. Para lá do lustroso tilintar dos chocalhos que
sonoriza a pastorícia, do latir dos cães que fere o bucólico e imersivo silêncio
rural, e do harmonioso chilrear dos pássaros que anuncia a tímida madrugada de
um novo dia na serra, adensa-se e agiganta-se todo um monolítico tsunami
de crepitante distorção nas cordas troantes, tambores tribais e vocais guturais
de It was the Elf. Deixem-se encarvoar nas negras lavaredas que afogueiam ‘Ancestors’, e vibrem à sísmica deflagração de uma guitarra erosiva
que vocifera musculosos, apimentados, encrespados e imperiosos Riffs e vomita solos serpenteantes, ácidos, fosforescentes e delirantes, um baixo obeso de intumescida,
tensa, espessa e sombreada reverberação, uma intensa, agressiva e incisiva bateria
de baquetas em chamas, e uma voz felina que – pendulando entre escarpados, rouquenhos
e melódicos rugidos, e tonalidades cristalinas, delicadas e espaciais – ressoa
e ecoa por todas as atmosferas deste álbum. São 50 minutos atestados de acentuados contrastes
climatéricos, onde coabitam a glacial letargia e a vulcânica euforia. Subam até
ao cume desta alterosa serra e avistem todo o esplendor, domínio e vigor de um
dos melhores registos portugueses do ano.
Links:
➥ Facebook
➥ Bandcamp
➥ Raging Planet
Sem comentários:
Enviar um comentário