Após um prolongado
jejum discográfico de doze anos, os electrizantes Danava estão finalmente
de regresso (e que regresso!) à estrada que tão bem conhecem com o lançamento
do seu tão ansiado quarto álbum denominado ‘Nothing But Nothing’ e carimbado
pelo influente selo da lendária gravadora nova-iorquina Tee Pee Records através
dos formatos físicos de LP e CD. De tubo de escape a cuspir lavaredas, ponteiro
das rotações a cabecear o limite máximo, motor escaldante e vibrante, um forte
odor a gasolina e duas décadas de quilometragem, o irreverente quarteto natural da cidade norte-americana de Portland
arranca furiosamente num barulhento muscle car locomovido a um fogoso, potente,
ardente e musculoso Heavy Rock de espadas desembainhadas e esporas
ensanguentadas nos tempestuosos territórios de Motorhead, em simbiótica parceria com um alucinante, lubrificado, torneado e galopante
Heavy Metal desenrolado à boa e velha moda de Iron Maiden. Uma endemoninhada,
demolidora e destravada locomotiva que nos viaja na eufórica vertigem de uma
enlouquecedora montanha-russa, rasga as vestes da lucidez e embriaga do primeiro ao derradeiro minuto. Conduzido a altíssima velocidade, ‘Nothing
But Nothing’ é um selvático furacão atestado de endorfinas que nos sacode, rodopia e
deixa os sentidos aturdidos. Enfrentem esta tempestade perfeita rugida por duas
indomáveis guitarras – fiéis discípulas de Michael Schenker e Dave Murray
– que articulam ciclónicos, combativos, agressivos e altivos riffs de onde são
gritados e centrifugados enxames de trepidantes, inflamantes, ziguezagueantes e
venenosos solos, trovejada por uma incansável bateria metralhada a estonteante,
explosiva, convulsiva e tonitruante ritmicidade, sombreada por um baixo sísmico
de linhas ondulantes, densas, tensas e impactantes, colorida por enfeitiçantes,
futuristas e redentores sintetizadores de cósmica atmosfera Sci-Fi, e liderada
por vocais ácidos, penetrantes, melódicos e refrescantes que profetizam o
inevitável declínio da civilização ocidental. ‘Nothing But Nothing’ é um
álbum infernal, carburado a euforizante, violenta e fulminante turbulência, que nos atropela
vezes e vezes sem conta. Saturada e efervescente adrenalina em estado musical. Um registo
cronometrado à velocidade da luz que termina com o ouvinte ofegante, transpirado,
de mãos apoiadas nos joelhos e completamente derrotado por esta impiedosa cavalaria pesada
chamada Danava. Mal posso esperar por experienciar todo este insano frenesim detonado ao vivo no festival português SonicBlast.
Links:
➥ Instagram
➥ Tee Pee Records
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