sábado, 29 de setembro de 2012
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
domingo, 23 de setembro de 2012
3 Godfathers (1948), John Ford
Há uns dias revi um dos meus
westerns favoritos. Esta preciosidade “John Fordiana” com mais de 60 anos narra
a evasão de três foras-da-lei depois de se estrearem num assalto a um banco do
Arizona. Na liderança deste bando poeirento, figura John Wayne na sua estreia
como anti-herói. Mas John Wayne nasceu para salvar o cinema dos finais maliciosos,
e até mesmo em “3 Godfathers”
sofreria essa metamorfose ética de uma forma que só John Ford sabe ensinar. O
deserto de Mojave seria, uma vez mais, palco de um western notável. No encalço
destes três pistoleiros, cavalgam caçadores de prémios e um sheriff
inconformado. Mas o pior inimigo destes três fugitivos acabaria por ser o
deserto e as suas areias penosas. Com horizontes a perder de vista e debaixo de
um sol abrasador, estes três cowboys cambalearam durante dias ao longo do deserto de Mojave. De bocas secas, só as miragens de água os impulsionavam a prosseguir
deserto adentro. E assim foi até que encontram uma mulher grávida deixada numa
diligência abandonada. Este seria o ponto de viragem na conduta e ambição deste
trio. Depois de ajudarem no parto, e a mãe falecer enquanto sussurrava pedidos
de salvação para com o seu filho, estes pistoleiros deixavam de ser fugitivos
da outra margem da lei e se convertiam em reis magos com a árdua missão de enfrentar
novamente o deserto e entregar a criança nos braços da salvação. É um western especial
com contornos bíblicos e obrigatório para os amantes do género. Se John Wayne
não é maior que o deserto, é - certamente - do seu tamanho.
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Nate & Brenda @ Six Feet Under
- O que se passa?
- Não sei.
- Estás bem?
- Não sei. Se calhar, sou mesmo assim.
- Queres sentar-te?
- Acho que não consigo mudar. Não me posso tornar uma pessoa
completamente diferente e levar uma vida simples e feliz.
- Nem eu.
♥
- Não sei.
- Estás bem?
- Não sei. Se calhar, sou mesmo assim.
- Queres sentar-te?
- Acho que não consigo mudar. Não me posso tornar uma pessoa
completamente diferente e levar uma vida simples e feliz.
- Nem eu.
♥
domingo, 16 de setembro de 2012
sábado, 15 de setembro de 2012
Mojave 3 - Ask Me Tomorrow (1995)
Abri a janela do quarto e fundi a
minha harmonia interior com o bucólico dia que se faz sentir lá fora. Está um
belo dia solarengo, com suaves brisas e uma quietude agreste onde a
contemplação bucólica floresce. E como atmosfera sonora, nada soaria melhor que
o “Ask Me Tomorrow” dos britânicos
Mojave 3 e a sua harmonia entorpecida e sonhadora. Este 1º álbum da banda é um
pausado passeio a dois, num universo fantasista e embriagado. É um belíssimo
anestésico que dá voz a este sábado ainda criança. Datado de 1995, e com claras
influências do shoegaze praticado nos anos 80, “Ask Me Tomorrow” é um disco hipnótico que promete deixar o ouvinte
num perfeito estado de conforto. É um disco para amantes e sonhadores, numa perspectiva constante de viagem e descoberta. Mojave 3 não se poderia ter apresentado de
melhor forma ao mundo. Deixo, também, o polegar levantado ao 2º e 3º álbum da
banda (ainda que num plano secundário).
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Steven R. Smith
Bendita seja a madrugada em que
me cruzei com o Steven R. Smith no mais recôndito canto da internet. A minha
alma ficou mais rica e compreendida depois desta descoberta musical. Mergulhei
nas profundezas dos melancólicos acordes deste guitarrista e não mais regressei
à superfície da consistência. Seria injusto escolher qual o meu álbum favorito
de uma discografia, toda ela, de sonoridade semelhante. Steven R. Smith é um pregador
de narrativas outonais, onde só as folhas secas dos plátanos caiem e o
anoitecer subsiste. Este guitarrista merece ser contemplado sem qualquer reserva. A sua sonoridade prima pela sombra e a penumbra, onde as luzes da
cidade não persistem. Toda a sua extensa discografia é uma flor que esmorece em
cima de um jazigo esquecido, é todo um soluçar de cabisbaixo onde a esperança
já não habita e um bocejar das mais isoladas e solitárias montanhas do mundo. Os seus dedos
dedilham extensos caminhos cavernosos debaixo de árvores centenárias. A solidão domina todos os horizontes. E apesar
de não haver previsões de céu limpo no reino deste eremita, a sua sonoridade
presenteia-nos com o mais resplandecente sol em tons de sépia. Steven R. Smith tem tudo para
ser o meu melhor amigo nas frias noites que se avizinham.
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